terça-feira, 30 de novembro de 2010

Puffa!!


Abandonados a um canto de uma mesa, pilhas de livros bafientos amontoam-se, folhas de papel acumuladas aguardam pela nossa atenção, o computador emite sons atrás de sons. O trabalho aumenta, acumula mas a incapacidade de concentração leva-nos a almejar um longo, mas não eterno, descanso.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fim de semana atribulado!


Após um fim de semana atribulado a empurrar carros ladeira acima para pegarem; correr com a mãe de uma amiga a oficina; levar o meu Jeco a inspecção... e correr país acima e país abaixo, o que apetece na segunda-feira é relaxar o esqueleto!

domingo, 21 de novembro de 2010

Momento Zen

Hoje, após alguns dias de longo sofrimento, decidi dirigir-me até as urgências do Hospital. A minha região lombar encontrava-se gritante de dor, chegando a prender-me os movimentos da perna.
Chegada ao hospital, consegui arrecadar na sala de triagem uma fita amarela, sendo imediatamente reencaminhada para a secção da Ortopedia. Após breves instantes a aguardar em posições pouco favoráveis lá foi atendido pelo senhor Doutor!
Perguntou-me, com ar severo, o que sentia.... e lá me queixei de uma dor lombar aguda que me prendia o movimento e mencionei o facto de me ter sido detectada há cerca de 4 meses uma discartrose entre a L5 e S1.
Lá foi eu repatriada para a secção do Raio-X, porque ele queria confirmar o diagnóstico. Após o raio-x, o diagnóstico foi confirmado, mas foi acrescido um defeito congénito... que muito provavelmente, será o causador da dor e da discartrose.... O lado bom da coisa... foi o momento de medicação intravenosa.... em que as minhas veias, uma vez mais foram de difícil detecção por parte da enfermeira, conseguindo pôr a senhora bem disposta bastante nervosa
Esse nervosismo acabou por me ser transmitido... pois, após uma tentativa na mão direita, o braço direito, foi o segundo alvo da agulha..... O desespero já nos abraçava as duas... quando, prudentemente, após eu ter manifestado dor através de um grunhido, ela passou a atacar o lado esquerdo. Aí, a tarefa demonstrou-se ser menos hercúlea.. tendo encontrado facilmente a veia na mão! Foi nesse momento que me pediu para eu segurar no saquito com o líquido apaziguador.... tarefa que me era impossível... visto que ainda se encontrava espetada no meu braço direito a agulha anterior! Parecia uma sessão de acupunctura, com agulhas versão gigantes.
Finalmente... fiquei a descansar estirada no sofá do hospital... a levar com uma dose cavalar de medicação intravenosa!! Obviamente, que após algumas horas.... cá me encontro novamente com dores... mas that´s life....e não volto tão cedo... ainda saio aparentada com um coador... com tanto furito nos braços, e maos :D.

sábado, 20 de novembro de 2010

O que me dói não é

O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...

São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.

São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"


terça-feira, 16 de novembro de 2010

"Cogito, ergo sum"


"De há muito tinha notado que, pelo que respeita à conduta, é necessário algumas vezes seguir como indubitáveis opiniões que sabemos serem muito incertas, (...). Mas, agora que resolvera dedicar-me apenas à descoberta da verdade, pensei que era necessário proceder exactamente ao contrário, e rejeitar, como absolutamente falso, tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida, a fim de ver se, após isso, não ficaria qualquer coisa nas minhas opiniões que fosse inteiramente indubitável.
Assim, porque os nossos sentidos nos enganam algumas vezes, eu quis supor que nada há que seja tal como eles o fazem imaginar. E porque há homens que se enganam ao raciocinar, até nos mais simples temas de geometria, e neles cometem paralogismos, rejeitei como falsas, visto estar sujeito a enganar-me como qualquer outro, todas as razões de que até então me servira nas demonstrações. Finalmente, considerando que os pensamentos que temos quando acordados nos podem ocorrer também quando dormimos, sem que neste caso nenhum seja verdadeiro, resolvi supor que tudo o que até então encontrara acolhimento no meu espírito não era mais verdadeiro que as ilusões dos meus sonhos. Mas, logo em seguida, notei que, enquanto assim queria pensar que tudo era falso, eu, que assim o pensava, necessáriamente era alguma coisa. E notando esta verdade:eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as extravagantes suposições dos cépticos seriam impotentes para a abalar, julguei que a podia aceitar, sem escrúpulo, para primeiro princípio da filosofia que procurava."


René Descartes, in 'Discurso do Método'

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O silêncio vale ouro!!


Mais um dia árduo e difícil de trabalho, sob condições climatéricas rigorosas, onde as articulações do corpo dão sinais de velhice e rangem à qualquer movimento. Como se não bastasse, as abelhas e zângãos invernais, atarefados nos seus ofícios emitem um constante zunido que nos fere os ouvidos, penetrando a fundo na nossa alma, tornando a nossa tarefa diária mais difícil!!
Poderão, do alto dos seus andaimes estas abelhas obreiras se tornarem tão silenciosas como os mortos??

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Vroum, vroum!!


Toda a gente na Aqualândia que possua um veículo sabe, que, nos casos de velhice extrema, anualmente este tem que ser conduzido até ao inspecção periódica....para se determinar se se encontra em condições de continuar nas estradas! Ora, este fim de semana dediquei-me a conduzir o meu amado "Jeco" até lá.
Contrafeito, o meu bolinhas, zunindo, guinchando lá foi até a oficina... começando o inspeccionamento pelas luzes dianteiras.... pelos piscas.... e seguindo-se pelas luzes traseiras. Neste ponto.... a minha amada carroça optou por me deixar ficar mal.... luz de matrícula ausente, (que após uma ligeira pancadinha de amor lá se resolveu a situação); luzes de presença e de travão completamente inexistentes... que nem após murros meus e do senhor que inspeccionava o veículo se consignaram a dar sinais de vida.
Resultado.... trouxe um selo de cor avermelhada para penduricar no vidro do meu carro, que de certa forma realça a cor original da carroçaria do bolinhas!
Quando cheguei a casa, dediquei-me a difícil tarefa de trocar as lâmpadas... com a ajuda do meu tio, muito macho... que me conseguiu trocar todas as lâmpadas... passando toda a sinalização traseira a sumir-se (piscas inclusivé, que funcionavam na perfeição!!). Após árdua tarefa... lá consegui....próximo fim de semana logo saberei se o "Jeco" se comporta como um lindo carro!!! :D

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Noite agitada!


A noite que passou não decorreu tranquila, sossegada e descansada como seria o meu anseio após um longo dia de trabalho árduo. Antes pelo contrário, tratou-se de uma noite bastante agitada, sobretudo debaixo dos meus lençóis. De facto, olhando para a Lei das probabilidades, eu creio que a minha sorte é imensa. Qual a probabilidade de uma melga se conseguir enfiar debaixo dos lençóis, e passar parte da noite a emitir zunidos, e picar... apesar de repetidamente se saltar da cama e sacudir os lençóis??? Obviamente, que para o comum das pessoas, trata-se de um acontecimento impossível!
Pois, parte da minha noite foi passada a tentar afastar uma melga que se encontrava no recato da Minha cama, infernizando a minha pacatez e sono de beleza. Volvidas umas horas, que se assemelharam a uma eternidade, não sei por obra e graça de qual milagre que deflagrou no meu minúsculo quarto, a melga sumiu-se.
Restam apenas as ferroadas do mesmo insecto! Escusado será de mencionar, que a cara colega que partilha de momento o quarto com a minha pessoa.... não se apercebeu de absolutamente nada, tendo tido direito a um sono justo!!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O baile das Vaidades


Perante a escadaria, o burburim, o gáudio trespassa as altas paredes e grades de ferro imponentes. O local que outrora era silêncio, paz e serenidade, tornou-se por um dia, apenas um dia, palco do fausto e ostentação da vida!
Subo as escadas, e no local das frias lápides, antevejo uma imensidão de vultos que emitem um estrondoso som capaz de levar os que ai repousam eternamente a loucura! Caminho no meio das pessoas, em direcção ao local habitual, conseguindo ouvir as conversas alheias de sicrano e belcrano, a tecerem enxurilhos de críticas!
O local dedicado ao culto dos nossos entes queridos, usualmente repleto de serenidade e solenidade, metamorfosa-se por uma dia, num autêntico baile das vaidades, repleto de ostentação. O solo sagrado abre então as portas aos pecados capitais e deixa-se invadir pelas luxúria, gula, avareza, inveja; conspurcando desta forma a memória daqueles que amamos e que em tempos nos amaram.
Afirma-se gloriosamente que este dia celebra os que nos abandonaram, mas creio que este dia tende a celebrar a vaidade dos que vivem!
Respeitemos os nossos mortos, não através de demonstrações deste género, mas trazendo-os todos os dias nos nossos corações e relembrando-os no simples dia à dia.