terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Para quem me conhece e pense que avariei de vez do sistema, estes últimos post não passam de pseudo tentativas de me armar em escritora... pseudo filosófico e pseudo profunda.... porque continuo a ser uma pseudo pessoazinha ;).... e talvez quem saiba tenha mesmo avariado de vez da mioleira... devido a excessos de antibióticos....heheheheh

Memórias


Ao abraçar a noite assolam-me fragmentos de vida, recordando saudosamente o que um dia foi meu, e ansiando ardentemente por aquilo que nunca teve. Mas a memória falha, esquecendo aquelas pequenas marcas presentes e espalhadas pelo teu corpo torneado, realçando a profundeza dos teus olhos, que lembram a tranquilidade e imensidão do mar... mar que já foi meu, no qual me afoguei vezes sem conta... e que perdi.
Recordo o teu sorriso, contagiante, o jeito e suave toque dos teus lábios a percorrerem cegamente o meu corpo, sem qualquer pressa...
A dualidade que a noite aporta angustia-me a alma. Receio-la por um lado, porque me traz a lembrança uma dor aguda e profunda pela perda do ser que um dia amei. E anseio-la, por poder reviver momentos de felicidades plena, voltar a ter-te a meu lado, sentir-te novamente... até te esfumaçares numa nuvem passageira e ver-te partir em direcção as estrelas... para ficar novamente na escuridão...

domingo, 18 de dezembro de 2011


A negritude assola a minha alma, ou o que resta dela.... envolvendo-me num torpor que apenas me faz ansiar pelo eterno silêncio, vazio, plenitude da serenidade. Fecho os olhos e apenas vejo.... remendos.... fragmentos de uma vida que nunca existiu... e que nunca existirá... sonhos de uma pequena e frágil criança desfeitos pela dureza de uma vida exigente que tudo nos rouba até nos deixar sem nada.... sem esperança...
De manhã levanto-me, repleta de frustração, dor, medo, rancor para com uma vida cruel, sem dó, sentimentos refreados e ocultados sob um sorriso que me esforço por manter durante o dia... aparências!!! Não é disso que todos vivemos... ilusões,desilusões,utopias, enganos.... não passando de fantoches inanimados, a mercê de um deus cru.....
Mas a noite,na solidão dos lençóis, o luar envolve-nos, novamente, na doce dor, que apenas cessará.... quando as estrelas levarem consigo a réstia de alma perdida e assolada, e a terra embrulhar o meu corpo macerado num último, terno e forte abraço ardente.

Meses, dias, horas passaram desde o último manifesto de consciência.... uma eternidade decorreu...mas olhando para trás o Tempo esvaiu-se.... acções atropelaram-se umas as outras, retirando o fôlego, sem hipótese para digerir o que quer que seja.... e agora, no presente momento, apenas resta a angústia que preenche este corpo, que aqui já vazio de sentimentos, vazio de alma.... respondendo aos meros impulsos necessários à sobrevivência.