terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Memórias


Ao abraçar a noite assolam-me fragmentos de vida, recordando saudosamente o que um dia foi meu, e ansiando ardentemente por aquilo que nunca teve. Mas a memória falha, esquecendo aquelas pequenas marcas presentes e espalhadas pelo teu corpo torneado, realçando a profundeza dos teus olhos, que lembram a tranquilidade e imensidão do mar... mar que já foi meu, no qual me afoguei vezes sem conta... e que perdi.
Recordo o teu sorriso, contagiante, o jeito e suave toque dos teus lábios a percorrerem cegamente o meu corpo, sem qualquer pressa...
A dualidade que a noite aporta angustia-me a alma. Receio-la por um lado, porque me traz a lembrança uma dor aguda e profunda pela perda do ser que um dia amei. E anseio-la, por poder reviver momentos de felicidades plena, voltar a ter-te a meu lado, sentir-te novamente... até te esfumaçares numa nuvem passageira e ver-te partir em direcção as estrelas... para ficar novamente na escuridão...

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