domingo, 18 de dezembro de 2011


A negritude assola a minha alma, ou o que resta dela.... envolvendo-me num torpor que apenas me faz ansiar pelo eterno silêncio, vazio, plenitude da serenidade. Fecho os olhos e apenas vejo.... remendos.... fragmentos de uma vida que nunca existiu... e que nunca existirá... sonhos de uma pequena e frágil criança desfeitos pela dureza de uma vida exigente que tudo nos rouba até nos deixar sem nada.... sem esperança...
De manhã levanto-me, repleta de frustração, dor, medo, rancor para com uma vida cruel, sem dó, sentimentos refreados e ocultados sob um sorriso que me esforço por manter durante o dia... aparências!!! Não é disso que todos vivemos... ilusões,desilusões,utopias, enganos.... não passando de fantoches inanimados, a mercê de um deus cru.....
Mas a noite,na solidão dos lençóis, o luar envolve-nos, novamente, na doce dor, que apenas cessará.... quando as estrelas levarem consigo a réstia de alma perdida e assolada, e a terra embrulhar o meu corpo macerado num último, terno e forte abraço ardente.

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