domingo, 29 de janeiro de 2012

Epístola aos estúpidos!

Como vos invejo a vós classe medíocre! Recheados de certezas, repletos de arrogância a encher-vos o peito! Nunca duvidais de nada, nada temeis... A vós, apenas a vã certeza vos assola a alma!
Como vos invejo a vós estúpidos que pernoitais descansados, certos de que no dia a seguir ireis firmar mais um pacto com a verdade infinita!
Invejo-vos a capacidade de não admitirdes ou sequer reconhecerdes que falhastes, tal como muitos outros falharam!
A vós a quem a estupidez acompanha, caminhais seguros pelo caminho da vida, rodeados de uma verdade absoluta inexistente, invejo-vos!
Invejo as noites de paz e tranquilidade que vos acompanha, invejo-vos os dias repletos de luz e calor!
Invejo-vos porque os meus dias estão rodeados de dúvidas, incertezas, que me atormentam a alma, que não me permitem, em plena noite de luar, antever a cristalinidade das estrelas! Porque me ensombram os dias de sol, agoniando nos sonhos, recheados de medos, incertezas sobre tudo quanto existe!
Invejo e anseio pela estupidez, apenas e tão somente para poder alcançar e gozar de paz de alma, poder finalmente descansar nas noites de solidão, sem temer o desconhecido, deixando todas as incertezas e dúvidas para outros.
Mas no fundo, não seremos todos afortunados pela estupidez? Apenas uns sofrem mais do que outros! Sim, alguns sabem que assim o somos, e que nunca atingiremos a Verdade, e assim somos atormentados pela nossa incapacidade de A atingirmos! Enquanto os afortunados crêem que A alcançaram, repousando a sombra de árvores secas, sem frutos.

Afortunados estúpidos, invejo-vos a grandiosa estupidez que vos assola, e anseio pela Ignorância, mãe do descanso e da paz interior de que sois possuidores!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Ode aos dandistas!


Como eu amo o dandista... o ser que se dedica, de plena alma, consciência e amor ao ócio, a intelectualidade, ao conhecimento. Regozija ao conhecer várias capitais europeias, abstrai-se da realidade que o envolve, aprende com o savoir-faire que lhe é característico tudo quanto possa aprender! Como eu amo o dandista que durante horas a fio fala das suas experiências, transmite conhecimento, divaga sobre questões existenciais profundas! Como eu o amo!!
O ser mais vil, que porventura, se poderá apresentar a minha frente, e atormentar a minha alma, será aquilo que denomino de pseudo-dandista! Aquele que pretende aparentar ser dandista, mas que se apresenta oco e vazio por dentro, sem conhecimento, com pseudo melodramas existenciais superficiais e fúteis.
Pedindo, desde já, as minhas mais sinceras desculpa pela arrogância patente no discurso, mas abomino a mediocridade característica da nossa sociedade portuguesa, a pseudo burguesia, com tentativas de ascendências a sabe-se lá deus o quê! que nada sabem, nada fazem pela vida a não ser queixarem-se da injustiça divina que lhe é tão característica e que somente eles atormenta!
A esses... nada mais que o meu repúdio vos posso dedicar, e em vossa honra escrevi este post... porque me revoltais, porque me enojais, porque não vos suporto e nem desejo suportar mais!