domingo, 27 de junho de 2010

Cogitações I

Mais uma vez se ergue a noite, arrastando consigo um ser pálido, trémulo e frágil que ilumina a vasta escuridão, com maior intensidade a cada segundo que passa. O profundo silêncio instala-se, o tempo quase parece parar....mas os fantasmas surgem e impedem-me de poder usufruir da paz e serenidade envolvente.
Sempre pensei e acreditei, que com a idade os nossos medos desaparecessem, ou pelo menos se tornassem de tal modo pequenos, que pudéssemos prosseguir a vida sem lhes prestar muita atenção. Creio nunca ter estado mais errada, com o passar do tempo, os fantasmas do nosso passado tornam-se cada vez maiores, mais fortes, mais aterradores, deixando-nos prostrados, incapazes de os enfrentar. Sinto-me pequena, frágil, só.... e essa solidão não advém da ausência de amigos (neste campo não tenho nada a dizer, são poucos mas valiosos).
Terei eu que aprender a viver com esses fantasmas, que se tornam cada vez mais fortes? Conseguirei eu, um dia, enfrentá-los e bani-los da minha vida? ou acabarei por sucumbir e me deixar levar por eles??
Dolorosos pensamentos me assolam e me impossibilitam de dormir....perseguem-me, já, desde a infância transformando a vida numa eterna penumbra, onde vultos assustadores se erguem, altivos, fortes, vigorosos. Espero que algum dia, a doce, frágil e trémula lua abandone o meu caminho, para dar lugar ao esplendoroso e vigoroso sol, afugentando esses vultos.
Finalmente, rendo-me ao cansaço.......

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